Bolsonaro bloqueia orçamento secreto após PT apoiar Lira, diz jornal

O presidente Jair Bolsonaro (PL) mandou suspender, nesta quarta-feira (30), o pagamento do orçamento secreto após o P T declarar apoio à reeleição de Arthur Lira (PP-AL) como presidente da Câmara dos Deputados .
O orçamento secreto, ou emenda do relator, é o repasse de verbas do orçamento público para projetos definidos por parlamentares, mas sem transparência dos dados.
A informação foi noticiada pelo jornal “O Estado de S. Paulo”. Segundo o veículo, a ordem do Palácio do Planalto é não repassar mais nada neste ano.
Como justificativa, Bolsonaro teria afirmado que “faltam recursos para outras áreas com os sucessivos bloqueios que o governo precisou fazer para cumprir o teto de gastos, a regra que atrela o crescimento das despesas à infância.”
A reserva para o orçamento secreto deste ano soma R$ 16,5 bilhões, porém, com a decisão, R$ 7,8 bilhões estão bloqueados pelo governo federal. Líderes do Congresso teriam ficado surpresos, segundo o jornal, pelas medidas assinadas por Bolsonaro nesta quarta-feira.
Em entrevista ao Flow Podcast, a ex-candidata presidencial e senadora Simone Tebet (MDB-MS) disse que o orçamento secreto, pode ser “o maior esquema de corrupção do planeta Terra”, devido à facilidade para a realização de fraudes.
Apoio a Lira
Na última terça-feira (29), os partidos PT, PV, PCdoB e PSB anunciaram apoio à reeleição de Arthur Lira. Somadas, as quatro legendas totalizam 94 deputados em 2023.
Além do PT, PV, PCdoB e PSB, outros dez partidos já registraram apoio a Lira, veja:
União Brasil (59 deputados em 2023)
PP (47 deputados em 2023)
Republicanos (41 deputados em 2023)
PDT (17 deputados em 2023)
Podemos (12 deputados em 2023)
PSC (6 deputados em 2023)
Patriota (4 deputados em 2023)
Solidariedade (4 deputados em 2023)
PROS (3 deputados em 2023)
PTB (1 deputado em 2023)
A presidente do PT Gleisi Hoffmann (PT-PR), disse nesta quarta-feira que o Partido dos Trabalhadores decidiu apoiar a reeleição de Arthur Lira (PP-AL) como presidente da Câmara dos Deputados por não ter “outra pessoa em condições de fazer a disputa” .
“A decisão se dá dentro de um quadro de correlação de forças. Nós não tínhamos hoje outra pessoa em condições de fazer a disputa pela presidência da Câmara. O PT não colocaria nome e não tinha um outro partido que tivesse uma liderança e que disputaria a Câmara”, disse Gleisi em entrevista à GloboNews.
A eleição acontece em fevereiro de 2023, para um mandato de dois anos. Para vencer, é necessário ter o apoio da maioria absoluta dos votantes, desde que haja um quórum mínimo de 257 deputados.