Banco Central vê possibilidade maior de inflação estourar o teto da meta pelo terceiro ano consecutivo

O BC (Banco Central) apresentou nesta quinta-feira (30) uma nova edição do RTI (Relatório Trimestral de Inflação). No documento, a autoridade monetária mantém em 5% a expectativa de avanço dos preços neste ano, mas eleva de 61% para 67% a probabilidade de o índice furar o teto da meta do governo pelo terceiro ano seguido.

O limite da meta estabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) neste ano e de 3,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto (de 1,75% para 4,75%).

Ao avaliar a manutenção da expectativa de avanço dos preços reflete poucas alterações. “Vários fatores atuaram para cima e para baixo, mas tenderam em boa medida a se compensarem”, explica o RTI.

Entre os movimentos, o BC menciona a trajetória mais baixa da taxa Selic, a disparada do preço do petróleo; e indicadores de atividade econômica mais fortes do que o esperado como determinantes para uma alta maior dos preços. Por outro lado, inflação menor do que a esperada ao longo dos últimos meses e a redução das expectativas do mercado financeiro motivam a projeção inalterada.

“A inflação ao consumidor, medida pelo IPCA, surpreendeu para baixo no trimestre encerrado em agosto. […] Em sentido contrário, a projeção de inflação de setembro foi revista de 0,26% no relatório anterior para 0,38% no atual”, avalia.

Ao analisar as recentes surpresas que indicam uma inflação menor neste ano, o BC destaca as variações mais baixas do que as previstas em alimentos, como leite, carnes e frango, além da evolução das variações do aluguel residencial.

Para os próximos anos, o BC estima que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) feche 2024 em 3,5%, 2025 em 3,1% e 2026 em 3%, o que corresponde a uma desaceleração em cada um dos anos.

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